poesie-se

A vida por si só é amarga. A gente liga a TV, o rádio, o computador e nada do que se ouve ou vê é doce. Que me perdoem os mal-humorados, amados e diabéticos, mas só tenho tempo para o otimismo, pro alto astral e pro que é doce! Poesie-se e a vida fica mais leve, mais fácil e mais linda!

Alguns profissionais da área da arquitetura costumam brincar que sou a típica “arquiteta poeta”. Não sei bem se é um elogio, mas sou feliz assim assim! Pra tudo existe uma solução e nada que um sorriso ou uma poesia não resolvam e por isso resolvi me presentear nessas férias com três livros que namorava mesmo antes de serem lançados.

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Pra quem não sabe ainda, eu AMO poesia, contos e crônicas. Sempre foram minhas leituras preferidas e consequentemente, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Leminski e Guimarães Rosa são meus autores prediletos. Não tão recentemente, Ruth Manus e Zack Magiezi entraram pra minha lista, foram coracionados.

Não sou egoísta, vou compartilhar com vocês essas delícias que chamo de livros. Só para ressaltar, há tempos não ficava tão feliz com uma compra.

A “Nova reunião – 23 livros de poesia”, de Carlos Drummond de Andrade é uma coletânea com os poemas de um Carlos sossegado e não tão sossegado assim. As poesias são tão gostosas que você lê sem perceber que o livro já acabou.

“Todos os contos”, de Clarice Lispector despertou minha ansiedade por meses! Era o livro que eu mais queria e esperava. Assumo que ainda não o li, ainda que já tenha lido a maioria dos contos em outros livros (“Clarice na cabeceira” era o meu preferido até então). Os contos são cheios de metáforas e fatos cotidianos que aproximam o leitor dos personagens. Clarice é puro amor.

“Estranheirismo”, de Zack Magiezi é um livro que você lê com um sorriso no rosto. Pra quem não o conhece, o autor ficou famoso na internet com sua página de poemas, notas e pequenos textos com os quais os leitores se identificam e se apaixonam. É o tipo de livro que você não quer que acabe e que te deixa feliz simplesmente por abri-lo.

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De bônus, indico dois que me cativam há mais tempo. O primeiro é “Toda poesia” de Paulo Leminski. Não sei nem o que dizer desse livro que tanto amo (inclusive, no meu primeiro post no blog, comecei com uma poesia dele). São poemas de todos os tipos e para todos os gostos, de um Paulo amargurado a um Paulo apaixonado. Impossível não gostar.

Minha última indicação, não menos importante, é “Pega lá uma chave de fenda – E outras divagações sobre o amor”, da Ruth Manus. Ruth é uma escritora paulista que também ficou famosa na internet por suas crônicas. Esse livro demonstra que existe SIM amor em SP, no supermercado, na sopa, na chave de fenda e em qualquer lugar. Confesso que ri de gargalhar e chorei de emoção! É minha leitura preferida porque transmite sentimento. Fatos corriqueiros aproximam o leitor e o fazem se identificar, querendo abraçar o livro, a autora ou os dois.

Eu sou da geração princesas da Disney, do viveram felizes para sempre e cresci acreditando nisso. Acho que todos os dias devemos encontrar pelo menos alguma coisa que faça a vida valer a pena, ou um “vaga-lume” como em “As margens da alegria”, de Guimarães Rosa.

Essas pequenas leituras, fáceis e rápidas, são o meu restaura-amor de todo o dia e meu momento de felicidade. Talvez por isso, mantenho acesos dentro de mim, esses sentimentos que cotidianamente são difíceis de expressar. Assim, fica o meu conselho vaga-lume: POESIE-SE!

@juliacrios

Fotos: Clara Rios (@clarariosfotografia)